segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Nise da Silveira - A Senhora das Imagens

Há 109 anos nascia nossa querida Nise da Silveira, no dia 15 de fevereiro de 1905.
Nise foi diferente desde o início, deixou a casa de seus pais cedo, foi a única mulher a se formar na Escola de Medicina da Bahia, foi para o Rio de Janeiro, seguiu a Psiquiatria e ali, mudaria o rumo desta área no Brasil.


A tão famosa frase de Nise: "não, não aperto esse botão!" até hoje ecoa na cabeça de profissionais que conhecem o trabalho realizado com pacientes ditos "loucos", os que não podem viver em sociedade (?). Com essa frase, Nise decidiu que não iria aplicar o eletrochoque em seus pacientes e sim, trabalhar com a terapia ocupacional, com a arte, conhecer seus pensamentos, dar vez à "voz do coração". Dava papel e tinta para que se expressassem, trabalho que rendeu obras belíssimas e hoje pode ser visto no Museu de Imagens do Inconsciente no Rio de Janeiro.


Nise notou uma certa em semelhança nas obras de seus pacientes, alguns desenhavam na forma de círculos, as mandalas, e assim começou seu contato com Carl Gustav Jung e a Psicologia Junguiana.

Faleceu em 2009 deixando um grande legado à Psicquiatria, Psicologia e àreas da Saúde em geral. Seu trabalho até hoje é reconhecido e serve de exemplo para nos lembrar de como realizar um tratamento humanizado, aliás, abriu portas para a Reforma Psiquiátrica no Brasil. Nise era uma mulher simples, humana, amava gatos. Se dizia "cada vez menos doutora e cada vez mais Nise".



quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Além do que se vê: A estória de Alice na história de todos nós

Os contos de fadas, assim como os mitos e as lendas, tratam da nossa vida, da nossa existência, da maneira como nos organizamos enquanto seres sociais, e do que nos é caro. São modos de transmitir ensinamentos e valores culturais transgeracionais. O autor Paulo Mendes Campos captou isso muito bem no belíssimo texto que segue abaixo, em que utiliza a história de Alice no País das Maravilhas para dar conselhos valiosos aos mais jovens.



Para Maria das Graças 

"Agora, que chegaste à idade avançada de quinze anos, Maria da Graça, eu te dou este livro: Alice no País das Maravilhas. Este livro é doido, Maria. Isto é, o sentido dele está em ti. Escuta: se não descobrires um sentido na loucura, acabarás louca. 

Aprende, pois, logo de saída para a grande vida, a ler este livro como um simples manual do sentido evidente de todas as coisas, inclusive as loucas. Aprende isso a teu modo, pois te dou apenas umas poucas chaves entre milhares que abrem as portas da realidade. A realidade, Maria, é louca

Nem o papa, ninguém no mundo, pode responder sem pestanejar à pergunta que Alice faz à gatinha: 'Fala a verdade, Dinah, já comeste um morcego?' Não te espantes quando o mundo amanhecer irreconhecível. Para melhor ou pior, isso acontece muitas vezes por ano. 'Quem sou eu no mundo?' Essa indagação perplexa é o lugar comum de cada história de gente. Quantas vezes mais decifrastes essa charada, tão entranhada em ti mesma como os teus ossos, mais forte ficarás. Não importa qual seja a resposta; o importante é dar ou inventar uma resposta. Ainda que seja mentira. 

A sozinhez (esquece essa palavra feia que inventei agora sem querer) é inevitável. Foi o que Alice falou no fundo do poço: 'Estou tão cansada de estar aqui sozinha!' O importante é que conseguiu sair de lá, abrindo a porta. A porta do poço! Só as criaturas humanas (nem mesmo os grandes macacos e os cães amestrados) conseguem abrir uma porta bem fechada, e vice versa, isto é, fechar uma porta bem aberta. 

Somos todos tão bobos, Maria. Praticamos uma ação trivial e temos a presunção petulante de esperar dela grandes conseqüências. Quando Alice comeu o bolo, e não cresceu de tamanho, ficou no maior dos espantos. Apesar de ser isso o que acontece, geralmente, às pessoas que comem bolo. 

Maria, há uma sabedoria social ou de bolso; nem toda sabedoria tem de ser grave. A gente vive errando em relação ao próximo e o jeito é pedir desculpas sete vezes ao dia: 'Oh, I beg your pardon!'. Pois viver é falar de corda em casa de enforcado. Por isso te digo, para a tua sabedoria de bolso: se gostas de gato, experimenta o ponto de vista do rato. Foi o que o rato perguntou à Alice: 'Gostarias de gatos se fosse eu?'. 

Os homens vivem apostando corrida, Maria. Nos escritórios, nos negócios, na política, nacional e internacional, nos clubes, nos bares, nas artes, na literatura, até amigos, até irmãos, até marido e mulher, até namorados, todos vivem apostando corrida. São competições tão confusas, tão cheias de truques, tão desnecessárias, tão fingindo que não é, tão ridículas muitas vezes, por caminhos escondidos, que, quando os atletas chegam exaustos a um ponto, costumam perguntar: 'A corrida terminou! Mas quem ganhou?' É bobice, Maria da Graça, disputar uma corrida se a gente não sabe quem venceu. Se tiveres que ir a algum lugar, não te preocupes com a vaidade fatigante de ser a primeira a chegar. Se chegares sempre aonde quiseres, ganhaste. 

Disse o ratinho: 'Minha historia é longa e triste!' Ouvirás isso milhares de vezes. Como ouvirás a terrível variante: “Minha vida daria um romance.” Ora, como todas as vidas vividas até o fim são longas e tristes, e como todas as vidas dariam romances, pois o romance é só um jeito de contar um vida, foge, polida mas energicamente, dos homens e mulheres que suspiram e dizem: 'Minha vida daria um romance!' Sobretudo dos homens. Uns chatos, irremediáveis, Maria. Os milagres acontecem sempre na vida de cada um e na vida de todos. Mas, ao contrario do que se pensa, os melhores e mais fundos milagres não acontecem de repente, mas devagar, muito devagar

Quero dizer o seguinte: a palavra depressão cairá de moda mais cedo ou mais tarde. Como talvez seja mais tarde, prepara-te para a visita do monstro, e não te desesperes ao triste pensamento de Alice: 'Devo estar diminuindo de novo'. Em algum lugar há cogumelos que nos fazem crescer novamente. E escuta essa parábola perfeita: Alice tinha diminuído tanto de tamanho que tomou um camundongo como hipopótamo. Isso acontece muito, Mariazinha. Mas não sejamos ingênuos, pois o contrário também acontece. E é um outro escritor inglês que nos fala mais ou menos assim: o camundongo que expulsamos ontem passou a ser hoje um terrível rinoceronte. É isso mesmo. 

A alma da gente é uma maquina complicada que produz durante a vida uma quantidade imensa de camundongos que parecem hipopótamos e de rinocerontes que parecem camundongos. O jeito é rir no caso da primeira confusão e ficar em disposto para enfrentar o rinoceronte que entrou em nossos domínios disfarçado de camundongo. E como tomar o pequeno por grande e o grande por pequeno é sempre meio cômico, nunca devemos perder o bom humor. 

Toda pessoa deve ter três caixas para guardar humor: uma caixa grande para o humor mais ou menos barato que a gente gasta na rua com os outros; uma caixa média para o humor que a gente precisa ter quando está sozinho, para perdoares a ti mesma, para rires de ti mesma; por fim, uma caixinha preciosa, muito escondida, para as grandes ocasiões. Chamo de grandes ocasiões os momentos perigosos em que estamos cheios de dor ou de vaidade, em que sofremos a tentação de achar que fracassamos ou triunfamos, em que nos sentimos umas drogas ou muito bacanas. Cuidado Maria, com as grandes ocasiões

Por fim, mais uma palavra de bolso: às vezes uma pessoa se abandona de tal forma ao sofrimento, com tal complacência, que tem medo de não poder sair de lá. A dor também tem o seu feitiço, e este se vira contra o enfeitiçado. Por isso Alice, depois de ter chorado um lago, pensava: 'Agora serei castigada, afogando-me em minhas próprias lágrimas'. 

Conclusão: a própria dor deve ter a sua medida: é feio, é imodesto, é vão, é perigoso ultrapassar a fronteira da nossa dor, Maria da Graça."

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Documentário: Poliamor


O movimento chamado de Poliamorismo ou Poliamor, admite a possibilidade de co-existirem duas ou mais relações afetivas paralelas, em que seus partícipes conhecem e aceitam uns aos outros, em uma relação múltipla e aberta. 

Segundo a psicóloga e professora da PUC-SP, Noely Montes Moraes: a etologia (estudo do comportamento animal), a biologia e a genética não confirmam a monogamia como padrão dominante das espécies, incluindo a humana. Reconhecendo assim, que as pessoas podem amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo, ainda que tal ideia não seja bem recebida na sociedade ocidental. 

Trouxemos para vocês o documentário do diretor José Agripino (Brasil,15min,2010) que traz entrevistas com pessoas que contrariam as regras monogâmicas e relatam as vantagens e também dificuldades sobre esse tipo de relação amorosa.

Assunto polêmico, mas pertinente na vida real das relações de afeto.

Assistam e tirem suas próprias conclusões sobre o assunto!
Se puderem, compartilhem com a gente enriquecendo o debate!


sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Aniversário do Espaço Integra


O Veredas Psicológicas teve o grande prazer de participar da comemoração do primeiro ano do Espaço Integra. Foi uma reunião animada, cheia de encontros, reencontros e muito amor!


É sempre bom estar junto de pessoas que dividem os mesmos sonhos e as mesmas esperanças que a gente. Pessoas que sabem que bom mesmo é construir junto, crescer junto... Porque de outra forma, não faria sentido.

Psicólogas Camila Cardoso, Nara Barreto, Talita Saldanha, Alana Mabda e Natacha Fraga.

O Espaço Integra oferece cursos e workshops, grupos de estudos e atendimento psicológico. Possui salas disponíveis para profissionais, não só da Psicologia, mas também de outras áreas da saúde. É um grande parceiro do Veredas Psicológicas e nós temos muito orgulho desse laço, que se faz ainda mais bonito e mais firme a cada dia.


Amigos, parceiros, colegas - uma grande família.

Para saber mais sobre o Espaço Integra, visite:

Facebook: https://www.facebook.com/pages/Espaço-Integra
Web: http://contatoespacointegra.wix.com/espacointegra

Ana Rachel e Carol Costa - Diretoras da Espaço Integra
"Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza.
Ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito de alegria.
Recebendo um buquê de carinhos.
Abraçando um filhote de urso panda.
Tocando com os olhos os olhos da paz.
Ao lado delas, saboreamos a delícia do toque suave que sua presença sopra no nosso coração."

(Carlos Drummond de Andrade)

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Listas de 2013 - Apanhado Geral

Primeiramente: FELIZ ANO NOVO, PESSOAL!


Estávamos sentindo falta de atualizar este cantinho, mas férias eram necessárias depois de toda emoção que foi o começo da construção do nosso Veredas Psicológicas!

Hoje fizemos um apanhado das várias dicas deixadas ao longo do segundo semestre de 2013, nos comentários da fanpage (pode curtir!) e do blog. São sugestões de filmes e de livros muito interessantes... Vale a pena conferir, hein?

Ficamos muito gratas pela participação de todos, mas gostaríamos de dar um destaque especial para a Emanuella Sales, que foi a pessoa que mais contribuiu com dicas para as nossas listas. Muito obrigada, Emanuella! Já temos um presentinho muito especial separado pra você!

Então, vamos lá!!


Filmes sobre SONHOS:















Cidade dos Sonhos (2006) - Indicado por Daniel Franco
Império dos Sonhos (2001) - Indicado por Daniel Franco




Filmes sobre SUICÍDIO:













Você Não Conhece o Jack (2010) - Indicado por Carlos Roger
A Pequena Loja de Suicídios (2012) - Indicado por Ricardo Jorge Quirino Pinheiro 
A Ponte (2006) - Indicado por Daniel Franco 
Ken Park (2002)- Indicado por Daniel Franco
2h37 - É só uma questão de tempo (2006) - Indicado por Daniel Franco



Filmes sobre LOUCURA












O Operário (2004) - Indicado por Geane Batista
Camille Claudel (1988) - Indicado por Carlos Roger
Van Gogh - Vida e Obra de um Gênio (1990) - Indicado por Carlos Roger




Livros para TERAPEUTAS INICIANTES:





















De Pessoa a Pessoa (Richard Hycner) - Indicado por Marilia Gurgel 
Treinamento em psicoterapia individual, de grupo e de casal: um guia para supervisores e terapeutas iniciantes (Mônica Teles Tavora) - Indicado por Marilia Gurgel




Filmes sobre MORTE E LUTO















O Espelho (1975) - Indicado por Gleidson Mota
O Sacrificio (1986) -  Indicado por Gleidson Mota
Solaris (1972) -  Indicado por Gleidson Mota
O Quarto do Filho (2001) -  Indicado por Emanuella Sales
Gravidade (2013) -  Indicado por Emanuella Sales
Reencontrando a Felicidade (2010) -  Indicado por Emanuella Sales

O Príncipe das Sombras (1988) -  Indicado por Roberta Morrison



Filmes sobre CASAIS EM CONFLITO:















Um Caminho Para Dois (1967) - Indicado por Emanuella Sales
Um Divã Para Dois (2012) - Indicado por Emanuella Sales
Blue Valentine (2010) - Indicado por Emanuella Sales
Carnage (2011) - Indicado por Emanuella Sales
Apenas uma Noite (2010) - Indicado por Emanuella Sales
Cenas de Um Casamento (1973) - Indicado por Paula Sampaio
Beleza Americana (1999) - Indicado por Gleidson Mota
O Pecado de Todos Nós (1967) - Indicado por Gleidson Mota
Longe do Paraíso (2002) - Indicado por Gleidson Mota
Magnólia (1999) - Indicado por Gleidson Mota
Medianeras (2011) - Indicado por Emanuella Sales
Um Sonho de Amor (2009) - Indicado por  Emanuella Sales
Alta Fidelidade (2000) - Indicado por Emanuella Sales
Cashback (2006) - Indicado por Emanuella Sales
O Desprezo (1963) - Indicado por Emanuella Sales
Take This Waltz (2011) - Indicado por Emanuella Sales
Rust and Bone (2012) - Indicado por Emanuella Sales




E por hoje ficamos por aqui, amigos! Em breve traremos mais dicas, sugestões e promoções para vocês. 

Obrigada mais uma vez e até já!